Sabe quando você chega no fim de um dia estressante e sua cabeça parece que vai explodir de tanta dor? Ou talvez você já tenha ouvido falar de alguém que vai ao médico em função de dores físicas, faz muitos exames, mas clinicamente não há nada que explique a dor? Essas duas situações podem refletir uma somatização, que é o aparecimento de sintomas físicos como consequência de um problema psicológico.

Um exemplo bem prático disso é uma pessoa que sente dores nos ombros, no pescoço, dor de cabeça, até mesmo o bruxismo (ranger os dentes), todos esses sintomas podem ser consequência da ansiedade, já que uma das fortes características da ansiedade é a tensão muscular aliada à dificuldade de relaxar. Pensa comigo, quantas vezes você já esteve tenso em alguma situação e se percebeu pressionando os dentes ou elevando os seus ombros na direção de suas orelhas? Claro que, quando isso ocorre em situações esporádicas, não é um problema, mas quando isso é recorrente pode impactar muito na sua qualidade de vida.

De um modo bem simples, o que acontece é que quando o seu emocional está sobrecarregado, os sintomas físicos começam a aparecer. É como se o seu organismo estivesse lhe enviando uma mensagem de que há algo errado e que você precisa buscar ajuda. Há uma dificuldade maior em perceber, ou até admitir, que precisamos de ajuda quando se trata de algum problema emocional. Muitas vezes, acreditamos que somos capazes de lidar com aquela situação, de que vamos dar conta do problema, ou até nem percebemos a gravidade do que estamos enfrentando.

Quando sentimos dor de cabeça, por exemplo, sabemos identificar que está doendo e que por isso tem algo errado, se essa dor persiste por alguns dias, tendemos a buscar ajuda para resolver. Quando a dor é física, ela é mais palpável e mais aceitável. Quando a dor é emocional, parece que “é coisa da sua cabeça” e, portanto, não tem importância, você precisa encontrar uma maneira de resolver, mas eu estou aqui para te dizer que mesmo sendo “coisa da sua cabeça”, você não precisa resolver sozinho, você pode buscar ajuda.

Aline Bedin
Psicóloga clínica CRP 12/10514
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