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Marcos Vinícius Pedroso | 05/11/2021 16:02

05/11/2021 16:02

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Sonho: moradora de Itá supera o preconceito e torna-se caminhoneira

Até conseguir uma oportunidade não foi fácil. O machismo muitas vezes atrapalhou e quando Simone Analice Brand, de 38 anos, comentava que queria ser caminhoneira muitas portas se fechavam. Ela é moradora do interior de Itá e vem de uma família trabalhadora, cresceu no interior, e saiu de casa aos 17 anos para trabalhar como […]

Sonho: moradora de Itá supera o preconceito e torna-se caminhoneira

Até conseguir uma oportunidade não foi fácil. O machismo muitas vezes atrapalhou e quando Simone Analice Brand, de 38 anos, comentava que queria ser caminhoneira muitas portas se fechavam.

Ela é moradora do interior de Itá e vem de uma família trabalhadora, cresceu no interior, e saiu de casa aos 17 anos para trabalhar como doméstica. Com muito trabalho, em 2002 conseguiu uma vaga como zeladora na prefeitura de Itá.

Dois anos depois, ela começou fazer faculdade de pedagogia, nesse tempo ela passou por uma separação e quase desistiu da faculdade, mas com o apoio dos seus colegas e familiares ela se formou em 2007, mas o sonho de ser caminhoneira permanecia com ela.

Em 2011 levou um grande susto:
— Fui diagnosticada com câncer de colo uterino, no começo foi um choque, e assim comecei a fazer vários e vários exames, e na metade de julho comecei o tratamento com radioterapia e quimioterapia em Chapecó — relata.

Foram 28 sessões de radioterapia e seis de quimioterapia, depois disso foi encaminhada para o Cepon, em Florianópolis, para três sessões de braquiterapia (Radioterapia em que a fonte radioativa é colocada dentro da área a ser tratada).

— Sempre tive muita ajuda dos familiares e amigos durante essa fase do tratamento. Tenho muito a agradecer a eles — ressalta.

Em busca do sonho:

No ano de 2016 foi trabalhar na creche Chapeuzinho Vermelho em Seara, e naquele ano fez a alteração na carteira de motorista para a classe E, já pensando em realizar de vez o seu objetivo de se tornar caminhoneira.

— Tentei ser motorista de caminhão em várias empresas, mas ninguém deu a oportunidade — lamenta ela.

Logo depois foi dar aula em Concórdia, onde ficou por três anos, e depois voltou para Itá, assim, começou a pós-graduação em Neuropsicopedagogia.

Porém, seu objetivo era ser caminhoneira, pois gostava muito desse ramo.

— Neste ano conheci um pouco mais a vida de caminhoneiro, pois viajei com meu amigo que trabalhava em uma empresa de Seara — cita.

Simone não desistiu, mesmo com várias portas se fechando para ela.

Sua amiga indicou uma empresa de Concórdia que estava precisando de funcionários, no momento que a oportunidade chegou, ela entrou em contanto com a empresa e marcou seu teste.

Passou nas aulas práticas, fez a integração e começou a trabalhar.
— No dia 09 de setembro eu fui contratada pela empresa, foi um sonho se realizando, e hoje faço a Região Sul e São Paulo — comenta.

E Simone deixa um recado para as pessoas:
— Nunca deixe seus sonhos engavetados e esquecidos, eles devem se tornar o objetivo de sua vida — conclui Simone.

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