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Lance Notícias | 29/12/2021 19:01

29/12/2021 19:01

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Paralisia Infantil: com 76 anos de idade, senhor comenta sobre marcas eternas deixadas pela poliomielite

A Poliomielite, comumente chamada de pólio, é uma doença altamente contagiosa causada pelo Poliovírus selvagem. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum (água ou alimentos contaminados, por exemplo) e se multiplica no intestino e em seguida destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente […]

Paralisia Infantil: com 76 anos de idade, senhor comenta sobre marcas eternas deixadas pela poliomielite

A Poliomielite, comumente chamada de pólio, é uma doença altamente contagiosa causada pelo Poliovírus selvagem. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum (água ou alimentos contaminados, por exemplo) e se multiplica no intestino e em seguida destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços. Embora muito raro, o vírus pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, o que pode levar à morte.

Essa doença afeta principalmente crianças com menos de cinco anos de idade. Os casos de Poliomielite diminuíram mais de 99% nos últimos anos. O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994, depois de uma Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, criada em 1980.

É assim que iniciamos a história de Jorge Guilherme Germendorf, nascido em 11 de setembro de 1945. Nos primeiros anos de vida era uma criança normal e tranquila, até que em 6 de dezembro de 1949, com apenas quatro anos, foi acometido pelo vírus da Poliomielite.

— Nesse dia, o senhor Fritz Plaumann com um caminhão me levou junto com a minha mãe no hospital de Seara, chegando lá, acharam que eu estava com algum problema de apendicite e me operaram, me recuperei da cirurgia, mas a febre não passou — explica.

Após alguns dias internado por conta da cirurgia, a mãe de Jorge ficou insatisfeita e pediu para transferirem seu filho para o hospital de Itá. Jorge comenta que o médico que o acompanhou, mesmo sem a realização de qualquer tipo de exame, já previa seu diagnostico, era a tão temida Paralisia Infantil.

Com o diagnóstico confirmado para a doença, o médico iniciou o tratamento da doença e Jorge relata que lembra até hoje de cada detalhe.

— Todas as manhãs, bem cedo, ainda quando o dia estava amanhecia, eu tinha que tomar esse primeiro Sol da manhã, dos pés até a região do umbigo — relembra.

Jorge seguiu com o tratamento por muitos anos e desde os seus quatro até os seus oito anos ele não pôde andar, vivia no colo de sua mãe, irmãs e algumas vizinhas que vinham ajudar sua mãe nos afazeres de casa.

— Depois de um tempo consegui caminhar e com meus nove anos comecei a ir para a escola – diz.

Por muitos anos, o andador foi o fiel companheiro de seu Jorge. Atualmente, é a bengala que lhe ajuda a se locomover. Devido a doença, os pés ficaram tortos, onde foi necessária uma adaptação do calçado.

A minha vida não foi muito normal, pois eu não podia caminhar e nem usar sapato por conta dos meus pés tortos, mas dei continuidade nos meus estudos — comenta.

Com o passar do tempo, Jorge trabalhou como sapateiro em Nova Teutônia e também em uma filial localizada no mesmo município. Com pouco dinheiro que tinha juntado, Jorge comprou uma parte de uma loja de onde conseguiu tirar seu sustento durante muitos anos.

Com 76 anos de idade, seu Jorge reside em Chapecó e é casado há alguns anos com Gisela Emma, com quem teve quatro filhos, sendo três mulheres e um homem.

Segundo informações divulgadas pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o Brasil está entre os países das Américas com alto risco de volta da Poliomielite. De acordo com a entidade, a baixa taxa de vacinação representa um perigo para todo o continente, que não registra um único caso da doença há 30 anos.

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